A procissão do mastro de Santa Maria Madalena, padroeira de União dos Palmares, é o termômetro de alguns despeitados que apontam logo se o evento religioso este ano será bom, concorrido, participativo. Essa análise procede em função da quantidade de cavaleiros e amazonas, carroceiros, ciclistas e veículos, tirando a ambulância e patamos da Polícia Militar e Polícia Civil que costumam acompanhar. A igreja dita algumas regras para os participantes da procissão que anos atrás nunca foi cumprida: A saída do mastro.
De alguns anos para frente, a igreja até amarra o madeiro a uma corrente, para impedir que fiéis audaciosos, no bater das 16h, levante o mastro e num tiro só, deixe o local com mais de mil com parada obrigatória no pátio da igreja da homenageada. Essa é a única procissão em Alagoas, que os fiéis conduzem um mastro de 20 metros com pesagem sempre acima dos 600-700 quilos, nunca menos e que no trajeto não há paradinha para tomar uma água ou descanso. O traslado é num passo só.
Essa tradição surgir quando uma enchente no ano de fundação dos festejos derrubou a matriz e, um devoto disse que se colocasse um mastro na frente da igreja, as aguas do rio Mundaú, na época, bateriam no tronco do madeiro e não mais derrubaria a igreja e, assim, a festa que ocorria em junho-julho deixou para atrás a data e se instalou em dois de fevereiro até os dias atuais.
O erguimento do mastro ocorre com a ajuda de homens estilo centuriões do Senhor que utilizam várias tesouras(caibros mais roliços entrelaçados e amarrados a corda) que auxiliam num buraco de mais de 5 metros de profundidade. Todo mundo merece palmas, mas o mastro quando erigido merece muitas, mais muitas palmas mesmo.
Fiéis conduzem nos ombros, mastro para matriz de Santa Maria Madalena:, num ritual secular
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